Ô BICHO CARO!
Tá; tá certo que eu já estou
em uma idade na qual a cabeça de cima predomina sobre a de baixo. Aliás, cada
vez mais raras (e festejadas) são as vezes em que esta última é chamada a
opinar.
Talvez por isto, não entendo
porque alguém pagaria R$ 1.500.000,00 para transar com uma virgem; ainda mais
com tempo marcado e num avião. Se fosse comigo, com o medo que eu tenho de voar
e pensando na grana que perdi, a garota voltaria à terra ainda virgem.
Claro, estou falando da
catarinense de 20 anos, que ficou famosa na internet por leiloar o (suposto)
cabaço. E que, diga-se de passagem, tem uma sorte retada: além de ter faturado
alto, ainda pegou um japonês como vencedor.
Ou seja: se a lenda for
verdadeira, o cara não vai estar mentindo, quando disser que “Não vai doer
nada”. E depois do voo, digamos, “inaugural”, ela ainda poderá vender a metade
restante do cabaço. Pelo tamanho do bilau, japonês devia pagar meia.
Parece até piada pronta, não
é? Um japonês pagando uma fortuna só pra comer uma virgem. Mas, como diria o
maquiavélico Paulinho, talvez ele esteja fazendo isso exatamente porque precisa
de uma bem apertadinha. Afinal, um pé 33 não fica à vontade num sapato 42.
Diante do sucesso da
iniciativa da garota e das agruras financeiras que atravesso, até pensei em
leiloar a minha “última vez”; que, infelizmente, parece cada vez mais próxima,
já que não posso usar Viagra, por conta de uma deficiência cardíaca.
Mas, aí, li na mesma matéria
que um russo também leiloou a “primeira vez” dele; e só ganhou R$ 6.000,00. E
esfriei: essa merreca aí, eu ganho trabalhando; em alguns meses, é verdade, mas
sem arriscar a minha integridade física.
Até porque, com a sorte que eu
tenho, a vencedora podia ser a Whoopi Goldberg; ou a Oprah, pra fazer uma
reportagem. Ou a Preta Gil; ou até uma freira centenária e obesa, arrependida
de uma vida de abstinência. E aí, meus amigos, nem uma caixa de Viagra
resolvia. Eu ia passar vexame.
Não que eu já não tenha
passado, claro. Quem pode dizer que o pinto nunca deixou de piar, que nunca saiu
de cabeça baixa, quando estava doido pra entrar
de cabeça erguida? Acontece, claro; mas naquele tempo não saía na internet, nem
no youtube, nem no facebook, como agora ia acontecer com certeza!
Desisti, portanto. E fiquei
pensando, aqui com meus velhos botões: será que isto significa uma nova
tendência? Ou melhor: a volta ao tempo em que os cabaços eram maioria?
Porque isto acontecia, sim, eu me lembro! Antes que a galera começasse a
liberar geral e o artigo se tornasse escasso; como pode acontecer com a água,
segundo os ambientalistas.
Nada contra a Catarina, com
certeza. Sem falsos moralismos, sem hipocrisia; quem tem o que é seu, dá a quem
quer. Ou vende, no caso. Problema dela.
Mas que é caro, lá isso é! Caro pra cacete, literalmente.