11.09.2012

Ô BICHO CARO!


Tá; tá certo que eu já estou em uma idade na qual a cabeça de cima predomina sobre a de baixo. Aliás, cada vez mais raras (e festejadas) são as vezes em que esta última é chamada a opinar.
Talvez por isto, não entendo porque alguém pagaria R$ 1.500.000,00 para transar com uma virgem; ainda mais com tempo marcado e num avião. Se fosse comigo, com o medo que eu tenho de voar e pensando na grana que perdi, a garota voltaria à terra ainda virgem.
Claro, estou falando da catarinense de 20 anos, que ficou famosa na internet por leiloar o (suposto) cabaço. E que, diga-se de passagem, tem uma sorte retada: além de ter faturado alto, ainda pegou um japonês como vencedor.
Ou seja: se a lenda for verdadeira, o cara não vai estar mentindo, quando disser que “Não vai doer nada”. E depois do voo, digamos, “inaugural”, ela ainda poderá vender a metade restante do cabaço. Pelo tamanho do bilau, japonês devia pagar meia.
Parece até piada pronta, não é? Um japonês pagando uma fortuna só pra comer uma virgem. Mas, como diria o maquiavélico Paulinho, talvez ele esteja fazendo isso exatamente porque precisa de uma bem apertadinha. Afinal, um pé 33 não fica à vontade num sapato 42. 
Diante do sucesso da iniciativa da garota e das agruras financeiras que atravesso, até pensei em leiloar a minha “última vez”; que, infelizmente, parece cada vez mais próxima, já que não posso usar Viagra, por conta de uma deficiência cardíaca.
Mas, aí, li na mesma matéria que um russo também leiloou a “primeira vez” dele; e só ganhou R$ 6.000,00. E esfriei: essa merreca aí, eu ganho trabalhando; em alguns meses, é verdade, mas sem arriscar a minha integridade física.
Até porque, com a sorte que eu tenho, a vencedora podia ser a Whoopi Goldberg; ou a Oprah, pra fazer uma reportagem. Ou a Preta Gil; ou até uma freira centenária e obesa, arrependida de uma vida de abstinência. E aí, meus amigos, nem uma caixa de Viagra resolvia. Eu ia passar vexame.
Não que eu já não tenha passado, claro. Quem pode dizer que o pinto nunca deixou de piar, que nunca saiu de cabeça baixa, quando estava doido pra entrar de cabeça erguida? Acontece, claro; mas naquele tempo não saía na internet, nem no youtube, nem no facebook, como agora ia acontecer com certeza!
Desisti, portanto. E fiquei pensando, aqui com meus velhos botões: será que isto significa uma nova tendência? Ou melhor: a volta ao tempo em que os cabaços eram maioria? Porque isto acontecia, sim, eu me lembro! Antes que a galera começasse a liberar geral e o artigo se tornasse escasso; como pode acontecer com a água, segundo os ambientalistas.
Nada contra a Catarina, com certeza. Sem falsos moralismos, sem hipocrisia; quem tem o que é seu, dá a quem quer. Ou vende, no caso. Problema dela.
Mas que é caro, lá isso é! Caro pra cacete, literalmente.