11.18.2022

PATRIOTISMO OU FANATISMO?

 



Há muito, não venho ao blog. Mas, embora sabendo que já não devo ter leitor algum, hoje me deu vontade de postar este texto. Uma espécie de desabafo, sabem?

Um desabafo, contra esse clima de animosidade e mi-mi-mi que tomou conta do País; que divide famílias e casais, separa amigos e chega a causar assassinatos, acabando com a vida de pessoas, por um motivo idiota.

Pessoalmente, não acredito em Lula ou Bolsonaro como solução para o Brasil. Ambos já tiveram a oportunidade de governar... e não resolveram os nossos problemas; não acredito que, agora, façam diferente.

Acho que precisamos de alguém novo, no governo. Mas este não é o assunto deste post.

O que quero enfocar, aqui, é esse clima de pré-guerra civil; de “nós contra eles”, de divisão do povo brasileiro. Nunca, em meus 74 anos de vida, havia visto uma propensão tão grande à violência, tantos insultos trocados, tanta estupidez.

As pessoas já não se contentam em ofender o candidato; ofendem, também, aqueles que o escolheram. Pregam a violência contra quem pensa diferente, a vitória por qualquer método; só querem que a sua vontade prevaleça.

Gente, isso é estupidez! Todos jogamos, há muito tempo, e as regras do jogo estão claramente estabelecidas; nós as aceitamos, quando entramos em campo. O povo vota e cada um escolhe o seu candidato; quem tem mais votos, assume o cargo.

“Se aceitamos jogar, precisamos aceitar o resultado.”. A frase não é minha; é do general Mourão, vice-presidente do próprio Bolsonaro.

Só para dar uma ideia do tempo que dura o jogo: Bolsonaro levou 27 anos, como deputado federal e em 2018 foi eleito presidente; seus três filhos têm cargos políticos, já há alguns mandatos, com urnas eletrônicas. Eles foram eleitos em urnas fraudadas?

No ano passado, Bolsonaro começou a atacar as urnas eletrônicas; e o fez porque a sua derrota já se desenhava. A péssima gestão da Covid, a estagnação da economia, os seus arroubos de machismo, misoginia e aversão às minorias, o descaso ao meio ambiente e o isolamento do Brasil no mundo; tudo isso se somou, para torná-lo extremamente impopular.

Basta um pouco de raciocínio lógico, gente: 1) as urnas confirmaram o que diziam as pesquisas; 2) a auditoria não encontrou qualquer indício de fraude. Insistir nessa tese é estupidez. Alguém consegue acreditar que, se um partido encontrasse um modo de fraudar as urnas, só o empregaria para a presidência?

Ora, me façam uma garapa; e com muito açúcar, por favor. Só assim, para tentar engolir essa tese! Por uma questão de lógica, eu acredito nas urnas e no resultado. E acho ridículo chamar de “patriotismo” essa tentativa patética de subverter a ordem, tentando paralisar o Brasil, causando prejuízos à economia, desabastecimento das cidades e até mortes, por falta de insumos hospitalares.

A meu ver, isso não é patriotismo; é imbecilidade. É a birra de crianças mimadas, querendo impor a sua vontade. Claro que os bolsonaristas não vão aceitar a derrota com alegria; ninguém o faria. Não há flamenguista que se alegre com a vitória do Fluminense.

Mas futebol não é política, nem interfere na vida da gente. É preciso parar com essa guerra interna, para o bem do Brasil. Para o nosso bem.

Ser patriota não é adorar Bolsonaro ou Lula. É amar o Brasil!