GETÚLIO, LULA E AS BADERNAS
Lula está
preso. E nós, que tanto falamos em "liberdade" e "democracia", estamos reféns dos movimentos ditos “populares” e orquestrados pelo
PT, tentando forçar a sua libertação. São badernas constantes, que fecham ruas
e avenidas, prejudicando trabalhadores que vão aos empregos, gestantes e
pacientes que precisam de médicos com urgência, estudantes que vão às aulas...
enfim, gente que deveria ter o direito de ir e vir.
Segundo
os petistas são “lutas por uma causa maior”. Qual seria essa causa? Passar por
cima da lei e da Justiça, de juízes e desembargadores, forçando a soltura de um
preso julgado e condenado? Já pensou, se a moda pega e organizações criminosas
entram nessa de forçar a liberação de seus chefes, como Marcola e Beira-Mar?
Não tenho
nada contra nem a favor de Lula, pessoal ou ideologicamente. Acho que ele foi
um bom presidente e fez dois bons governos, principalmente para os mais pobres;
acho que ele é um cara notável, ou não teria saído da classe operária para ser
presidente: um caso único no Brasil e raríssimo em todo o mundo, ainda mais sem
formação acadêmica.
Mas isso
o deixa acima da lei? É certo que Lula e o PT não criaram a corrupção; ela
existe, acredito, desde Cabral (o Pedro Álvares). Mas eles a oficializaram e
elevaram a outro patamar, chegando a torná-la institucional, em uma espécie de
parceria público/privada, que motivou até a criação de departamentos
especializados, em grandes empresas.
Eu não
acho que Lula tenha-se aproveitado do cargo mais nem menos do que outros presidentes. Mas ele
deu azar de viver em um tempo de mais informação; em que a mídia e a opinião
pública investigam mais, cobram mais, pedem mais. E é aquela história: a lei existe para ser cumprida. Ou não?
Porque
(e, aqui, sei que meus amigos petistas vão se enfurecer comigo!), convenhamos:
apesar do que tenta fazer parecer, Lula não é Jesus Cristo; nem Nelson Mandela.
Não chega nem mesmo a ser o “pai dos pobres”; em nosso Brasil, este título
pertence a Getúlio Vargas. Alguém se lembra dele?
Getúlio foi
presidente do Brasil: não só eleito, mas também através de um golpe de estado.
Entre diversas outras coisas, criou a CLT, que veio dar direitos ao trabalhador
brasileiro. Enquanto Lula criou vários programas para dar dinheiro a quem não
trabalha, Getúlio implantou uma consolidação de leis, para que todos pudessem
ganhar dinheiro trabalhando com alguma segurança.
Contudo,
apesar de amado pelo povo, Getúlio também cometeu vários erros sérios; é bem
verdade que não se soube de nenhum sítio, nem tríplex; mas moveu uma
perseguição séria e violenta aos adversários e apoiou Hitler, a quem chegou a
entregar OIga, esposa de seu (dele, Getúlio) aliado Prestes, para que fosse
torturada e executada por ser judia.
Pois é: muitas
vezes, as pessoas entregam qualquer um, para se manterem no poder. Que o digam
Dirceu, Palocci, Delúbio, Genoíno e muitos outros. Mas, diferente de Lula,
Getúlio, quando sentiu que o seu ocaso chegava, apenas se trancou e meteu uma
bala na cabeça. Não convocou “resistências pacíficas” (existe alguma?), não se
trancou em sindicatos, não se escondeu no meio do povo que o amava. Morreu, preservando
a dignidade.
Getúlio
não tinha a pretensão de virar ideia ou mito; isto é mais para Lula ou
Bolsonaro. Talvez por isto, não se promoveu a ideia; apenas disse: “Morro hoje, para entrar na história.”. E entrou: até
hoje, é lembrado como o grande protetor dos trabalhadores no Brasil; o
presidente que não se apequenou diante de pressões e ameaças.
Quando
Getúlio morreu, eu era criança. Mas lembro que todos choravam pelas ruas; que
um ambiente de perda, de tristeza, de desamparo, tomou conta do País. Não houve
badernas, choques, nem resistências; nem cabos de guerra políticos, nem
discursos, nem missas, nem espetáculos. Só uma tristeza profunda, que parecia
estar na alma de todos.
Lembro. E
hoje, do alto dos meus 70 anos, não posso deixar de comparar os dois
presidentes; suas semelhanças e suas diferenças. Ambos líderes, carismáticos,
populistas, capazes de encantar multidões; capazes de mudar as estruturas, de melhorar
a vida dos pobres, de mentir, trair e entregar pessoas. De fazer o que achassem
necessário, para consolidar o seu projeto de poder.
Lembro.
E, apesar de achar que o caminho da mudança passa pelo voto e não pela baderna,
posso até entender o que acontece na cabeça dos petistas; embora não concorde
com o prejuízo e os transtornos que essas bandalheiras causam a milhões de
pessoas inocentes.
É difícil, mas talvez eles consigam soltar o Lula. Impossível seria ressuscitar o Getúlio!
1 Comments:
Do jeito que o STF tem o rabo preso, não duvido nada soltarem o Lula.
Nesse pais, tudo ė possível, desde que seja para esconder os roubos da quadrilha do Congresso.
Beijos
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