ERREI. GRAÇAS A DEUS!
Há exatos 20 dias, postei aqui
que o PT (leia-se: Dilma Rousseff) ganharia as eleições presidenciais no
segundo turno. E de goleada.
Graças a Deus, errei a segunda
parte da previsão. E digo isto porque a vitória apertada de Dilma foi, a meu
ver, a melhor coisa para o País. Até porque não sei se Aécio seria, realmente,
a mudança que o Brasil precisa; e, com este resultado, o próprio PT já sabe que
precisa fazer mudanças.
Este é o recado que fica das
urnas: o povo não está satisfeito com o PT. Aécio não foi eleito porque não
despertou a credibilidade necessária para derrubar um partido que há 12 anos
está no governo; e que sabe utilizar a máquina e a propaganda a seu favor.
Se Marina tivesse passado para
o segundo turno, talvez outro tivesse sido o resultado final e o PT estivesse
hoje amargando uma derrota ainda pior. Digo “ainda pior”, porque acredito que,
para o PT, este resultado não foi uma vitória, mas uma derrota.
Convenhamos: 51 a 48%, para o
partido que criou as bolsas isso e aquilo (só o Bolsa Família tem, entre os
beneficiados, mais eleitores do que há em São Paulo, maior colégio eleitoral do
País) e com mais de uma década de poder, é um resultado pífio, para dizer o
mínimo.
Que ninguém se engane: este
resultado não é um sinal verde para o PT; acende o alerta amarelo. E desenha
um Brasil mais politizado e eleitores mais conscientes, embora sejam lamentáveis o baixo nível da campanha e a abstenção de 21%; mais de um quinto do eleitorado renunciou a
mostrar a sua vontade. Em uma eleição definida por 3% de diferença, os omissos
poderiam ter mudado o quadro; com folga.
Mais uma vez, prevaleceram os
maiores cabos eleitorais do PT: a pobreza e a ignorância de grande parte dos
eleitores. Como eu havia previsto (e nesta parte acertei em cheio), o PT teve
uma votação arrasadora nas áreas mais pobres e menos escolarizadas do País. Mas
nenhuma vitória se sustenta por muito tempo, quando é baseada na fome e no
medo.
E não adianta descer o cacete nos nordestinos (como fazem alguns revoltados e desinformados,aproveitando a comodidade das redes sociais), pela votação de Dilma. Só
quem padece com hemorroidas, sabe porque teme o papel higiênico; ninguém entende a
situação que não vive. Ninguém sabe o que é a pobreza, a menos que viva nela.
A solução, portanto, não é
jogar uma bomba no nordeste. Como sabem os realmente inteligentes, é resgatar a dívida histórica de presidentes que nada fizeram pela região; é construir um Brasil que
seja o mesmo, cultural e economicamente, em todos os estados. É oferecer
oportunidades iguais para todos, educação do mesmo nível, empregos e
desenvolvimento para todos os brasileiros.
É isto que o povo quer. E a
mensagem das urnas, longe de referendar Dilma e o PT, ratificou os protestos
recentes, que tomaram todo o País; desta vez, sem excessos nem violência. Sem
as máscaras dos blackblocs, nem as bandeiras vermelhas do PT; em paz, com
sensatez e maturidade. Como deve ser, em uma verdadeira democracia.
Esta é a mudança que precisa
ser feita: construir um Brasil igual, em todas as regiões e todos os estados;
um Brasil onde ninguém dependa de Bolsa Família ou outras “caridades”, mas
todos tenham educação e empregos, para que possam viver com dignidade, ganhando
o pão com o suor do seu rosto. Talvez seja uma utopia, mas gosto de pensar que
podemos chegar lá.
Pelo menos, já estamos no
caminho. Estamos aprendendo a votar.
1 Comments:
Infelizmente temos um povo que não quer ter dignidade e prefere viver as custas de uma bolsa família, eternamente sem trabalhar. Um povo que prefere viver sem cultura, sem conhecimento e saber, entrando via cotas, sem exigir do governo respeito pra se ter colégios descentes e um ensinos dignos. Um povo que sabe dos roubos dos governantes e aplaude, assina embaixo para a continuidade da bandidagem. Eu sinto vergonha! Vejo que vai chegar o dia, em que não ser bandido e ladrão nesse país, vai ser motivo de discriminação. Aquele que não quiser se envolver com a malandragem, será expurgado da sociedade e sofrerá bullying nas escolas.
Infelizmente, esse é o quadro que vejo desenhado para um futuro.
Belo post!
Boa semana, Flávio! Beijos
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