SOBRE O EGOÍSMO
O instinto de preservação existe em todos os seres vivos, e o egoísmo é uma das suas manifestações.
Assim, todos somos egoístas. Entretanto, cada um de nós precisa controlar o próprio egoísmo, para que se torne possível a convivência. Outra não é a função das leis criadas pelo homem, que a de limitar o egoísmo de cada um, possibilitando a existência da comunidade.
Porém, é nas relações com aqueles que nos cercam, que o nosso egoísmo se revela mais danoso. É nas pequenas batalhas do dia a dia, que o Amor termina perdendo a guerra nos nossos corações; e não poucas vezes se transforma em ódio ou ressentimento.
O egoísmo é fatal para a convivência. Porque ninguém consegue ceder todas as vezes, sem que a revolta e a mágoa encontrem guarida em seu coração.
Contra o egoísmo, a maior arma é o Amor. Porque, para aquele que ama, nada é mais importante que a felicidade do ser amado. O seu egoísmo consiste em fazê-lo feliz, para que ele próprio possa ser feliz.
E assim é a mãe que, embora cansada, acalenta o filho e lhe oferece o seio generoso, esquecendo as próprias aflições, ao ver satisfeito o fruto do seu ventre.
A generosidade tem, em si mesma, a sua maior recompensa. Aquele que dá esperando a alheia gratidão, não raro colhe apenas decepções; entretanto, aquele que o faz porque assim lhe ordena o coração, encontra na própria doação a felicidade.
Porém, ninguém existe que possa dar sempre. Assim como o lago mais profundo se transformaria no deserto mais árido, se sem descanso fossem sugadas as suas águas.
E é por isto que a ciência do Amor é a arte do ceder. Porque, assim como as nuvens são alimentadas pela própria água que do chão se evapora, também aquele que recebe encontrará a felicidade ao retribuir.
Tenhamos presente esta verdade, em nossos relacionamentos. E veremos que o pequeno sacrifício de hoje pode ser a grande alegria de amanhã; pois, assim como o egoísmo é a semente da solidão, da entrega brota a verdadeira Companhia.
E, se a solidão nos é necessária para que possamos encontrar a nós mesmos, é na Companhia que ouvimos a canção da Plenitude, tão cara ao nossso Eu maior.
Dominemos, pois, o nosso egoísmo. E não o façamos apenas em nome da razão. Plantemos, em nosso coração, a árvore da generosidade, pois só assim poderemos apreciar inteiramente o doce sabor dos seus frutos.
Dominemos o egoísmo, e estaremos prontos para viver o Amor que nos espera. Abandonemos o temor da entrega, e estaremos livres para viver os nossos sentimentos.
Assim, encontraremos a essência do Universo.
2 Comments:
Que reflexão linda, tocante e perfeita!
Quão egoístas podemos ser, até com a nossa própria pessoa, privando-nos de viver a vida intensamente, por medo, de ser feliz.
A verdade é que infelizmente, vivemos a era do egoísmo. Valores como amor, respeito, dignidade... ficam esquecidos embaixo do tapete da ignorância de muitos....
Colquemos então e prática o amor, a doação dos melhores sentimentos, pra fazer aqueles que estão ao nosso lado mais felizes. E pra fazer desse mundão, um lugar melhor pra viver....
Grande beijo... sou sua fã, sempre!
Obrigado pela gentileza, amiga. E tomara que, um dia, consigamos seguir essa sua receita, viu? O mundo seria realmente outro! :) Bjs
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