PARA PENSAR
O texto e a carta abaixo, não são de minha autoria. Eu os recebi por e-mail, com um pedido de divulgação. E acho que vale a pena divulgar, assim como estão; sem uma palavra minha. Desta vez, não vou dar a minha opiniaum.
Mas espero conhecer a de vocês.
* * *
Esta carta retrata a realidade que estamos vivenciando: uma inversão de valores, que busca transformar as vítimas em criminosos, transformando os criminosos em vítimas da sociedade.É possível que alguns, realmente, não tenham tido escolha. Mas a maioria, com certeza, a teve. Pense um pouco: como tantos conseguem viver digna e honestamente, longe da marginalidade?
A maioria pode, sim, escolher o caminho a seguir. Uns escolhem o caminho mais fácil e caem na marginalidade; outros ficam com o mais difícil e trabalham para construir uma vida melhor, mesmo com toda a dificuldade de hoje.
A escolha é um direito de cada um e a ele cabe arcar com as conseqüências.
Leiam o texto abaixo e pensem.
DE MÃE PARA MÃE
Eu sou a Maria de Lourdes, não sei se você me conhece. Conheço você de vista, das ruas da favela onde moramos. Às vezes, também, eu via seu filho passar, a caminho de uma boca de fumo que fica duas ruas depois da em que eu moro.
Hoje vi seu enérgico protesto, diante das câmeras de televisão, contra a transferência do seu filho, “menor infrator”, das dependências da FEBEM em São Paulo, para outra dependência da FEBEM, no interior do Estado.
Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes da transferência.
Vi, também, toda a cobertura que a mídia deu para o fato; assim como vi que você e outras mães, na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos. Achei emocionante a demonstração de solidariedade e amor ao próximo.
Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero, inclusive, fazer coro com ele; entendo bem o seu sofrimento. Enorme distância me separa do meu filho! Trabalhando e ganhando pouco, também são muitas as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo.
Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos; preciso labutar, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual; sem ele, não sei como estaria.
Sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo-locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia, para pagar os estudos à noite.
No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e acariciando o seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...
E, mesmo ganhando pouco e sustentando a casa, ainda estarei, como o resto do povo, pagando de novo o colchão que seu querido filho queimou, lá na última rebelião da FEBEM.
Você e seu filho são vítimas. Eu entendo o seu sofrimento.
Espero que você entenda o meu.
23 Comments:
Ta difícil viu? Aonde vamos parar? Estamos cada vez mais aprisionados, enquanto a malandragem fica solta pelas ruas. Ontem a noite presenciamos um assalto bem na frente do prédio que moro. Uma mulher tinha acabado de encostar o carro e rapidamente ficou sem ele. Ouvimos um tiro, (que felizmente) não pegou em ninguém. Tudo muito rápido e só chamou atenção das pessoas pelo estampido. Eu não penso em pena de morte, mas algo tem que ser feito pra dar um freio nessa escalada violenta.
Anônimo, este é o ponto. Mas vou-me controlar, para não dar a minha opinião agora; quero a de vcs. Voltarei ao assunto em próximos posts.
Só enxergo vítimas nessa história. Um filho que comete um crime é também um filho morto.O mais lamentável é quando vamos buscando os porquês de tudo isso e vemos o quanto somos filhos orfãos, sem proteção, sem respeito, sem compromisso por parte dos nossos governantes. Não nos cabe julgar qual sofrimento é maior: o da mãe de quem matou ou o da mãe do que morreu. Ambas lidam com uma perda irreparável. Ah, deixei um recado de hoje, dia 26/08 pra vc no post anterior. Abraço.
Isso, Rita: não há perda maior ou menor, já que ambas perderam os filhos. Mas, como já disse, hj tento não opinar. Recebi o recado,obrigado e bomn fim de semana. Abração.
off topic -
missão cumprida, Flavio,meu blog está devidamente 'etiquetado'.
;)
sobre o post, eu me abstenho de opinar...
saiu em dobro, eta sistema de comments maluco! apaga um, please!!!!
Serbon, mano, já apaguei... percebeu? :) Qt à etiqueta, tks... em meu nome e tb do Júnior! ;)
nossa.. difícil esse texto. mais difícil dar opinião. sobre ele e sobre tanta coisa que acontece nesse mundo.
é tudo muito doido pro meu gosto.
Cissa, pro de todos nós! Por isto, que prefiro não comentar... espero vcs!
Professor, difícil opinar sobre uma coisas dessas. Melhor seria que nada disso existisse.
T acomplicado...eu nem entendo essa situacao..e nem sei o que dizer...
Rappha, com certeza seria. Mas é uma situação que existe; o ponto é saber o que fazer, para melhorar as coisas.
Cilene, não se preocupe; eu entendo... e é difícil, mesmo.
me mandaram um emaio dessa carta, é muito boa mesmo. interessante que é o segundo blog que eu comento hoje que o assunto é violência...
eu não concordo com pena de morte, porque não se cura uma ferida enfiando a faca mais fundo...
mas eu acredito na humanização do sistema presidiário, na melhoria da correção e na ressocialização do criminoso
Essa, como várias outras cartas semelhantes, estão na internet... ''andam'' de caixa em caixa, às vezes com alguns comentários, outras vezes sem nada...
A esperança que se percebe em cada texto desses é, em algum momento, encontrar quem possa fazer alguma coisa por um sistema de correção falido e que, ao invés de ajudar a melhorar, cria mais monstros.
Só que fica dificil acreditar em mudanças, quando a gente vê que os que têm por obrigação fazê-las, estão preocupados em ligar sirenes de ambulâncias, ou buzinas de ônibus, ou ... ou.... ou....
Sonhar continua não sendo proibido e nem pagando imposto (pelo menos por enquanto)
O Mundo absurdamente nos decepciona com tamanhas insanidades...violências..há, bem verdade, vítimas e culpados...não cabe a nós sempre julgar.
abração
Essa peteca parece uma bola quente. Ninguém segura!!
Os políticos também foram criados por mulheres.
Compadeço da mãe que perdeu o filho injustamente.
Boa semana! Beijus
super, uma coisa é certa: algo tem que ser feito, antes que já não haja retorno possível...
anônimo, creio que vc tem razão. Na raiz de cada texto destes, existe a esperança de que alguém possa mudar algo...
Cristiano, isto é o mais difícil: não julgar. Entretanto, é preciso, pois não sabemos onde pode cair o próximo raio...
Luma, verdade: todos nós somos criados por mulheres. E talvez por isso, elas sejam as pessoas mais sofridas. Boa semana pra vc, tb! Bjs
Pela primeira vez, postei um comentário e, embora marcando a opção ''outro'' e indicando a identidade... saiu como anônimo.
O comentário sobre a ''andança'' desses termos na internet, Flavio, foi feito por mim... agora, devidamente identificado.
Beijins
Lourdinha, vendo a coisa pelo lado bom... pelo menos falei com vc duas vezes! :)
Postar um comentário
<< Home