4.05.2007

PRECISAMOS CONHECER A NÓS MESMOS


Porque é através do seu Eu maior, que cada homem se liga ao Universo.

Assim, é do nosso Eu maior, que se originam as nossas verdades. E são estas verdades que nos devem orientar, na busca dos nossos caminhos.

Porém, são outras as necessidades deste mundo. E tanto nelas nos envolvemos, que muitas vezes nos perdemos do nosso Eu maior; como o peixe, que se absorve na água que o cerca, e não percebe o calor do sol.

Todavia, o sol continua a existir; e aquece a água, para que nela o peixe possa viver. E assim é o nosso Eu maior, que continua dentro de nós e nos permite pressentir a Vida, em toda a sua extensão.

É quando nos afastamos do nosso Eu maior, que em nós brota a inquietude. E a ele precisamos retornar, para que mais uma vez possamos ouvir a voz do Universo, que canta eternamente a canção da plenitude e da Paz.

Onde, entretanto, poderemos encontrá-lo, senão dentro de nós? E como o encontraremos, se não conhecermos os nossos próprios caminhos? Pois a verdade é que, na maioria das vezes, o homem desconhece a si mesmo.

É preciso, portanto, que nos conheçamos. Precisamos conhecer os nossos defeitos, para que os possamos corrigir; precisamos saber a fonte dos nossos sofrimentos, para que possamos encontrar o caminho da felicidade.

E precisamos conhecer as nossas virtudes. Porque nada existe, em nós, que não possa ser melhorado; e quanto melhores nos tornamos, mais capazes somos de conviver com o nosso Eu maior, e mais clara ouviremos a sua voz em nossos corações.

Esta, porém, é a mais difícil das jornadas. Porque o orgulho nos impede de ver claramente dentro de nós; preferimos julgar-nos melhores do que somos, e isto nos impede de tornar-nos tão bons quanto poderíamos ser.

Assim, não admitimos nossos defeitos; e exageramos as nossas virtudes. Preferimos enganar a nós mesmos, esquecidos de que a admissão de um erro é o primeiro passo para a sua correção, e aquele que se orgulha de suas virtudes incorre no defeito da vaidade.

Para conhecer-nos, devemos ensurdecer os nossos ouvidos aos apelos do mundo. Porque ninguém descobrirá o conteúdo de uma caixa, enquanto se detiver a admirar a embalagem que a envolve.

E precisamos procurar a solidão; porque ninguém consegue ouvir a própria voz, enquanto se perde no burburinho das vozes que o cercam. É na solidão, que descobrimos as nossas perguntas; e é na voz do nosso coração, que encontraremos as suas respostas.

Precisamos educar os nossos sentimentos. Porque é deles que surgem as nossas emoções, e é delas que nascem as nossas atitudes. Se as paixões são os ventos que movem o nosso barco, a razão deve ser o leme que determina o nosso rumo.

Assim, não nos devemos entregar aos sentimentos; ou, sem controle, naufragaremos sob a sua força. Como não podemos fingir ignorá-los, ou jamais descobriremos como posicionar o nosso leme.

Aquele que vive apenas em função do que sente, é como o barco que se perde a navegar em círculos e jamais chegará ao seu porto. Entretanto, aquele que vive apenas da razão jamais conhecerá a emoção da viagem, nem sentirá a doce carícia do vento.

Somos partes do Universo; é Ele que vive em nós, como Nele vivemos. A criatura é parte do Criador, e assim tem parte da Sua força. E mesmo a menor parte do Infinito é infinita, em si mesma.

Por isto, cada homem é um mundo à parte. Em cada um de nós, existem elevadas montanhas, calmas planicíes e profundos desfiladeiros. Em cada homem, podem rugir furacões sem controle, ou perpassar suaves aragens. Em nós, existem o dia das nossas esperanças, e a noite das nossas decepções.

Precisamos enfrentar os nossos desertos, para que possamos desfrutar dos nossos oásis; passear por nossas praias, e desvendar o mistério de nossos oceanos.

Precisamos conhecer os nossos caminhos, para que possamos encontrar o nosso Eu maior.

Porque através dele encontraremos o Universo, que vive em nós.
Amigos, ainda não pude voltar às atividades normais, o que deverá ocorrer em breve. Esta postagem é a minha forma de agradecer a companhia e desejar a todos uma Feliz Páscoa, com muita saúde e paz!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Belo texto, me fez pensar onde anda meu Eu maior, espero que não esteja perdido a ponto de eu jamais encontrá-lo.

Quanto à ausência, parece que o mundo blogueiro está em suspenso, vários blogs com as mesmas mensagens, mas o mais importante é que no fim sempre tem um "eu volto"

Até mais!

1:35 PM  
Blogger Flávio said...

Chris, pode apostar que não está. Bem pertinho de vc, tenho certeza. ;) E, qt aos blogs, eu mesmo já tou voltando!... ;)

5:59 PM  

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