UM POR DO SOL
Domingo à tarde, já de retorno em Salvador. Na terça, voltarei a Porto Seguro. Espero que a Flávia esteja certa e a chuva tenha mesmo passado.
Aqui, também, tempo nublado. Fim de semana, uma overdose de filmes. E a constatação de que devo estar ficando velho: ando tão sensível, que quase me comovi num filme do Chuck Norris... é o fim da picada!
Ou, talvez, não. Há momentos em que estamos... como direi? Mais vulneráveis, mais sensíveis. Muitas vezes, as circunstâncias da vida nos deixam assim. Chora-se por uma música, um perfume, até uma lembrança. Chora-se, aparentemente, por nada. E, paradoxalmente, é nestes momentos que nos sentimos mais vivos.
Isto, aliás, me faz lembrar o por-do-sol na praia de Jacaré, pertinho de João Pessoa. Em uma viagem de 15 dias pelo Nordeste, que incluiu Aracaju, Maceió, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Porto de Galinhas, vi muitas coisas lindas. Inclusive o Beach Park, praias cristalinas e até uma lagoa de água mineral.
Entretanto, o que ficou marcado, mesmo, foi esse por-do-sol. Numa barraca de madeira, à beira d'água, vendo o sol mergulhar, ao som do Bolero de Ravel, tocado num saxofone, ao vivo. É indescritível, acreditem! Mesmo porque palavras jamais poderão descrever sentimentos.
São 3 barracas, enormes, uma ao lado da outra e todas repletas de gente. Calculo que, no minímo, umas 300 pessoas, acotovelando-se para ver e fotografar o saxofonista, falando alto, disputando os melhores lugares. Garçons passando, atendendo pedidos, clientes fazendo novos pedidos; total desrespeito, pela beleza única do momento.
Em meio a toda aquela Babel, eu me senti ilhado, como se estivesse viajando, voando, habitando em outro mundo. Um mundo de cores, de sons; de tristeza, sim, mas também daquela felicidade imprecisa que a sensação de beleza nos traz.
Acredito que, pela primeira vez, senti toda a beleza do crepúsculo. Entendi porque o seu nome, em inglês: "twilight time", ou seja, "tempo de duas luzes". A do sol, que se vai, e a da lua, que se espalha pela Terra, trazendo o descanso e favorecendo os sonhos. Eu jamais havia pensado nisto.
Foram poucos minutos, mas ficaram marcados; momentos meus, intensos, profundos. Independente de paixões, de amores. Algo que transcende a fronteira do pessoal, quase uma integração ao Cosmo; a emoção da pura beleza. Nunca mais, o por-do-sol foi o mesmo. Nem o foi o Bolero de Ravel.
Como eu disse, devo estar ficando velho. E, neste sentido, abençoada velhice!...
Aqui, também, tempo nublado. Fim de semana, uma overdose de filmes. E a constatação de que devo estar ficando velho: ando tão sensível, que quase me comovi num filme do Chuck Norris... é o fim da picada!
Ou, talvez, não. Há momentos em que estamos... como direi? Mais vulneráveis, mais sensíveis. Muitas vezes, as circunstâncias da vida nos deixam assim. Chora-se por uma música, um perfume, até uma lembrança. Chora-se, aparentemente, por nada. E, paradoxalmente, é nestes momentos que nos sentimos mais vivos.
Isto, aliás, me faz lembrar o por-do-sol na praia de Jacaré, pertinho de João Pessoa. Em uma viagem de 15 dias pelo Nordeste, que incluiu Aracaju, Maceió, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Porto de Galinhas, vi muitas coisas lindas. Inclusive o Beach Park, praias cristalinas e até uma lagoa de água mineral.
Entretanto, o que ficou marcado, mesmo, foi esse por-do-sol. Numa barraca de madeira, à beira d'água, vendo o sol mergulhar, ao som do Bolero de Ravel, tocado num saxofone, ao vivo. É indescritível, acreditem! Mesmo porque palavras jamais poderão descrever sentimentos.
São 3 barracas, enormes, uma ao lado da outra e todas repletas de gente. Calculo que, no minímo, umas 300 pessoas, acotovelando-se para ver e fotografar o saxofonista, falando alto, disputando os melhores lugares. Garçons passando, atendendo pedidos, clientes fazendo novos pedidos; total desrespeito, pela beleza única do momento.
Em meio a toda aquela Babel, eu me senti ilhado, como se estivesse viajando, voando, habitando em outro mundo. Um mundo de cores, de sons; de tristeza, sim, mas também daquela felicidade imprecisa que a sensação de beleza nos traz.
Acredito que, pela primeira vez, senti toda a beleza do crepúsculo. Entendi porque o seu nome, em inglês: "twilight time", ou seja, "tempo de duas luzes". A do sol, que se vai, e a da lua, que se espalha pela Terra, trazendo o descanso e favorecendo os sonhos. Eu jamais havia pensado nisto.
Foram poucos minutos, mas ficaram marcados; momentos meus, intensos, profundos. Independente de paixões, de amores. Algo que transcende a fronteira do pessoal, quase uma integração ao Cosmo; a emoção da pura beleza. Nunca mais, o por-do-sol foi o mesmo. Nem o foi o Bolero de Ravel.
Como eu disse, devo estar ficando velho. E, neste sentido, abençoada velhice!...
35 Comments:
Flávio, você tem mesmo alma de poeta. Mas a verdade é que temos momentos assim, de mais sentimentos.
Linda foto, Flávio. Envelhecer é quase sempre sinônimo de melhor aproveitar as coisas belas. Envelheça bem.
Júnior: e existe isso, "alma de poeta"? Ou é assim com todos nós? :) Abração
Janaína, eu juro que venho tentando... há um bom tempo! :)
Envelhecer é somar experiências e nisso você tem demonstrado, através dos seus textos, que você é muito bom.
Boa semana
Não foi à toa que durante muito tempo falei a você sobre a beleza indescritível do por do sol do Jacaré,considerado o segundo mais bonito do Brasil - perde apenas para o do Arpoador, que é aplaudido no seu encerramento.
Fico contente em ler, mais uma vez, sobre seu deslumbranmento com o espetáculo! Volte quantas vezes quiser ou puder... só me avise, na próxima! rsrsrs
Brigadão, Cláudio. Boa semana pra você também! :)
Lourdinha, não sei se perde para o do Arpoador, não; no Rio não tem Jurandir, tocando o Bolero. Realmente, foi uma sensação única... pena que é tão longe! ;)
nao estou mantendo os dois blogs,so o cilene.com...mas enquanto nao fecho o outro coloco as mesmos post la...o Historia do mundo tem rank 4..e o cilene.com..rank zero.
Entendi, Cilene... então, posso manter o link! :) Abração
Só quero ver se o sr, sábio conterrâneo, não vais me adicionar no orkut ou participar de um encontro bloguístico, rs...
abraços
Cristiano, eu não tenho Orkut; não gosto. Serve o MSN? :) Qt ao encontro bloguístico... é só marcar! Abração
Não.... não está ficando velho... agora sim é que está nascendo pra vida... enxergando-a com tanta sensibilidade e pureza. As lagrimas de alegria e satisfação num momento de contemplação, são dádivas daqueles que sabem ver a vida com os olhos do coraçao...
Então, meu querido..... bem-vindo à vida...
E chore sempre.... isso faz tão bem!!!
Beijo e linda semana.
(ah.... ja tem post novinho...te espero lá)
Envelhecer é sinal de sensibilidade? De amor ao espetacular da natureza? É curtir momentos de solidão compartilhada? É maravilhar-se com o por do sol? É sentir olhos mareados ao nos darmos conta do privilégio em estar vivo? É poder registrar em imagem a fantástica beleza do "tempo de duas luzes"? É ter noção que habitamos um dos mais belos lugares desse mundão de meudeus?
Então meu querido, estou velha faz muito tempo...bem vindo anjo! rsss
lindos dias
beijossssssssssss
Flávio, você está passando por uma fase de renascimento. Alguns valores e sentimentos, que julgava perdidos, ora se descortinam e lhe dão uma visão diferente de mundo, de vida. Se emocionar com um belo espetáculo da natureza, ou, com qualquer outra coisa é algo que transcende ao material e exige de nós uma sintonia harmônica com nosso “Eu”. Isso é totalmente contrário de envelhecer. É evoluir espiritualmente. É renascer pra uma vida plena. Aproveite o quanto puder esse momento e seja feliz! Você merece!
À vontade, Ricarda. Obrigado pela classificação do texto e pela linkada! Bjs
Engraçado, Clara... eu só tinha vergonha de chorar qd era pequeno. Dá pra acreditar? :)
Clarinha, acho que a idade não aprimora apenas a maturidade, mas tb a sensibilidade, sim; é mais difícil, para a urgência da juventude, deter-se por um longo tempo, mesmo que seja para contemplar o belo... ;)
Anônimo, vou aproveitar, sim! Mesmo que ser feliz não seja deste mundo, pelo menos a emoção do belo nos traz a sensação de felicidade... :)
2light time!
eu tbem não sabia dessa!
e já que somos meio velhinhos,
"Twlight Time" , com The Platters!!!
Serbon, é exatamente essa! A gravação definitiva! :)
Não há só perdas com o passar do tempo, eu, particularmente vejo muito mais ganhos. A alma fica mais aberta à percepção do belo, do essencial.Vc é uma pessoa muito bonita, muito especial e tem o dom de conseguir com suas palavras despertar emoções, transmitir sensações...Quanto à pergunta feita...: a terra transforma tudo, recicla. O universo trasmuta o que precisa ser transmutado. Uma pessoa desapegada e feliz colabora para o equlíbrio do meio ambiente. Um abraço cheio de carinho.
Emocionar-se com o espetáculo da natureza não é estar ficando velho, é estar consciente da sua inserção no mundo. Tornar-se por assim dizer, um ser integral.
Boa semana! Beijus
Rita, com certeza temos ganhos com o passar do tempo. A pressa de viver se desfaz no aprendizado de sentir a vida... ;)
Ah, Rita, quase esqueço: qt à pergunta... gostei da resposta! :) Bjs
Com certeza, Luma: é também através dos olhos, que a beleza nos fala ao coração! :) Bjs
Nossa chorar vendo um filme do Chuck Norris? hehehehehe só homens mesmo!!
Se tiver chovendo é pq vc é pé frio mesmo hehehehe
bjs
Xará, vc não acha que ver o Chuck Norris "representando" é de doer? :) Qt ao pé frio, depois te digo! :)
Ih, Flávio, emocionar-se em filme do Chuck Norris é caso grave. Quando isso me acontece, tomo um Rivotril... risos.
gente, vocês estão mexendo com o Chuck Norris???? piraram??? quando Deus disse faça-se a luz, Chuck Norris respondeu: "diga por favor!"
ele é o único que vai no Burger King, pede um BigMac e é atendido!!!
já leram o Chuck Norris facts???
Pois é, Marconi... por isso mesmo que fiquei preocupado. Acho que o próximo passo é pleitear um Oscar para o Steven Segal! ;)
Já li, sim, Serbon... mas acho que ele não vai ter tempo de reparar em mim, porque tá construindo uma prancha de surfar em tsunamis! ;)
tá me tirando, mano???
Chuck, de jeito nenhum... pelo menos, não até aumentar o meu seguro de vida! ;)
Hera, obrigado pela opinião... mas lindo, mesmo, foi aquele momento! Vc viu a foto? :) Bjs
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