O FIOFÓ DO GUSTAVO
O causo que eu vou contar agora é doloroso... literalmente. Confesso que, hoje em dia, não me orgulho dele; mas, na época, achei muito engraçado. Por favor, dêem o desconto da idade, sim?
Eu tinha 15 anos, quando fui para Campinas, estudar na EsPCEx. Não queria sair de Salvador e muito menos estudar em regime de internato, principalmente militar. Mas era o sonho de meus pais e aos 15 anos não dava pra questionar isso, não é? Lá fui eu.
Campinas já era grande; e cheia de meninas. Que, diga-se de passagem, eram bastante simpáticas aos cadetes e vice-versa. Quando, nos fins de semana, a gente vestia a farda de passeio e saía para a rua, era um Deus nos acuda; ou, pensando bem, nem precisava que Ele acudisse: chovia beleza na nossa horta!
Bem, mas nos dias de semana era aquela rotina de aulas, estudo, educação física e instrução militar. Um saco, que me desculpem os queridos amigos e colegas que seguiram carreira e se tornaram oficiais; certamente, foram mais inteligentes do que eu: taí um emprego vitalício e livre de qualquer perigo.
Como eu dizia, as semanas eram terrivelmente sem atrativos, para moleques imaginativos e confinados ao quartel. Vai daí, a gente inventava mil maneiras sadias de se divertir, como, por exemplo, guerras de coturnos; que quase sempre terminavam com algumas cabeças inchadas e quase todos felizes.
Outra brincadeira muito popular, era dobrar a perna de alguém que estivesse dormindo de cueca, amarrar nela um barbante, fazer um laço na outra ponta e passar a laçada em volta do saco do cara. Lá uma hora, ele esticava a perna... e era uma beleza de berro!
Igualmente divertida foi a noite em que roubaram o esqueleto da sala de Ciências Naturais e o colocaram debaixo das cobertas, na cama do Almiro, o cara mais medroso de toda a escola. Quando o cara, que tava estudando, chegou pra dormir, na penumbra do alojamento levantou as cobertas e achou aquele monte de ossos; soltou só um grito. Depois, desmaiou.
No dia deste causo, eu tinha recebido um pacote da Bahia. Minha querida mamãe havia mandado umas gulodices, mais uma carta saudosa e – este é o detalhe – um vidro de pimenta em conserva caseira, daquela bem baiana. Ou seja: de matar!
E aquela tava braba, mesmo; nem dava pra comer. Vai daí, eu e o Nelsinho achamos por bem destiná-la a outra finalidade, quiçá mais nobre: armar uma tremenda sacanagem. Desenrolamos, no chão, parte de um rolo de papel higiênico e espalhamos sobre ela todo o caldo da pimenta; só no início do papel, mesmo, pra ficar bem concentrado.
Deixamos secar um pouco, no sol, e depois levamos o agora incandescente e ainda semi-úmido papel para os sanitários coletivos, onde o colocamos em um dos cubículos, substituindo o que ali estava. Depois ficamos ali por perto, entre os outros alunos, fingindo lavar as mãos, conversando e esperando a bagaceira.
Não demorou muito. O Gustavo, um gordinho CDF, meio enrolado, chegou apressado e entrou direto no cubículo turbinado, carregando um livro policial. Eu e o Nelsinho nos entreolhamos e lembro que ainda falei: “Melhor; distraído com o livro, ele nem vai reparar no papel”.
E não deu outra: o cara nem gritou. Urrou. E muito. Saiu do cubículo correndo desajeitadamente, as calças ainda no meio das pernas. O escarcéu foi tanto que o Nelsinho e eu, prudentemente, resolvemos não assumir a autoria do atentado. Mesmo porque, na época, falou-se até em expulsão.
Mas como é que a gente ia saber que o infeliz tinha hemorróidas?
Pelas caras da galera, dá pra notar que só tinha santinho, não é? E aqui vai o concurso: quem me achar, ganha uma assinatura do blog! :)
Eu tinha 15 anos, quando fui para Campinas, estudar na EsPCEx. Não queria sair de Salvador e muito menos estudar em regime de internato, principalmente militar. Mas era o sonho de meus pais e aos 15 anos não dava pra questionar isso, não é? Lá fui eu.
Campinas já era grande; e cheia de meninas. Que, diga-se de passagem, eram bastante simpáticas aos cadetes e vice-versa. Quando, nos fins de semana, a gente vestia a farda de passeio e saía para a rua, era um Deus nos acuda; ou, pensando bem, nem precisava que Ele acudisse: chovia beleza na nossa horta!
Bem, mas nos dias de semana era aquela rotina de aulas, estudo, educação física e instrução militar. Um saco, que me desculpem os queridos amigos e colegas que seguiram carreira e se tornaram oficiais; certamente, foram mais inteligentes do que eu: taí um emprego vitalício e livre de qualquer perigo.
Como eu dizia, as semanas eram terrivelmente sem atrativos, para moleques imaginativos e confinados ao quartel. Vai daí, a gente inventava mil maneiras sadias de se divertir, como, por exemplo, guerras de coturnos; que quase sempre terminavam com algumas cabeças inchadas e quase todos felizes.
Outra brincadeira muito popular, era dobrar a perna de alguém que estivesse dormindo de cueca, amarrar nela um barbante, fazer um laço na outra ponta e passar a laçada em volta do saco do cara. Lá uma hora, ele esticava a perna... e era uma beleza de berro!
Igualmente divertida foi a noite em que roubaram o esqueleto da sala de Ciências Naturais e o colocaram debaixo das cobertas, na cama do Almiro, o cara mais medroso de toda a escola. Quando o cara, que tava estudando, chegou pra dormir, na penumbra do alojamento levantou as cobertas e achou aquele monte de ossos; soltou só um grito. Depois, desmaiou.
No dia deste causo, eu tinha recebido um pacote da Bahia. Minha querida mamãe havia mandado umas gulodices, mais uma carta saudosa e – este é o detalhe – um vidro de pimenta em conserva caseira, daquela bem baiana. Ou seja: de matar!
E aquela tava braba, mesmo; nem dava pra comer. Vai daí, eu e o Nelsinho achamos por bem destiná-la a outra finalidade, quiçá mais nobre: armar uma tremenda sacanagem. Desenrolamos, no chão, parte de um rolo de papel higiênico e espalhamos sobre ela todo o caldo da pimenta; só no início do papel, mesmo, pra ficar bem concentrado.
Deixamos secar um pouco, no sol, e depois levamos o agora incandescente e ainda semi-úmido papel para os sanitários coletivos, onde o colocamos em um dos cubículos, substituindo o que ali estava. Depois ficamos ali por perto, entre os outros alunos, fingindo lavar as mãos, conversando e esperando a bagaceira.
Não demorou muito. O Gustavo, um gordinho CDF, meio enrolado, chegou apressado e entrou direto no cubículo turbinado, carregando um livro policial. Eu e o Nelsinho nos entreolhamos e lembro que ainda falei: “Melhor; distraído com o livro, ele nem vai reparar no papel”.
E não deu outra: o cara nem gritou. Urrou. E muito. Saiu do cubículo correndo desajeitadamente, as calças ainda no meio das pernas. O escarcéu foi tanto que o Nelsinho e eu, prudentemente, resolvemos não assumir a autoria do atentado. Mesmo porque, na época, falou-se até em expulsão.
Mas como é que a gente ia saber que o infeliz tinha hemorróidas?
Pelas caras da galera, dá pra notar que só tinha santinho, não é? E aqui vai o concurso: quem me achar, ganha uma assinatura do blog! :)
45 Comments:
Flavio, considerando-se que a cidade era Campinas, talvez o pobre Gustavo não tivesse hemorróidas...
...e vou chtar. acho que vc é o sétimo, da esquerda pra direita.
Que maldade Flávio... e que mente criativa também, não? (rs)
Acho que vc é o segundo da direita para a esquerda.
beijos querido,
Você eu não sei, mas o Serbão é o quarto da esquerda pra direita :)
Flávio, tá explicado porque você não conseguiu seguir a carreira militar, hahaha
Quem diria, hein? Vc já foi bad boy!!!!Tadinho do Gustavo... Acho que vc é o segundo da esquerda pra direita. Acertei? Bjs.
hey Marcia, não tenho nada com isso! nunca fui reco nem estive em Campinas!!!!
Você é o último da direita? hum, sei lá,rss
Mas que santinhos vcs eram heim? credo!
Hoje em dia essas histórias são de arrepiar, rsss
linda noite querido,
beijossssssss
Serbon, a escola ficava em Campinas... mas os alunos vinham de outras cidades. Campineiros, mesmo, eram só 3... que sofriam na nossa unha! Naquele tempo, já tinha essa onda... :) O Gustavo, se não me engano, era paulista da capital.
Tina, maldade mesmo... mas a gente não sabia! Qt à minha identificação, depois eu digo, para não dar pistas e ajudar os outros concorrentes. Viu, Serbon? :) Bjs, Tina
Pô, Márcia, tu escolheu o mais feio, pra ser o Serbon? :) Qt à explicação, vc acertou em cheio! ;)
Rita, bad boy? Não sei... bem sacana, sim! :) Qt á minha identificação, como já disse, respondo depois, viu? Bjs
Serbon (de novo), já viu que depois respondo o quiz, né? Mas tem certeza que vc nunca foi em Campinas? :)
Vou eram uns terroristas...hahahha
Vou chutar: vc é o segundo da esquerda pra direita.
abração
Kkkka kaka.Que maldade!!! Faço idéia a cara de santos que vcs ficaram. A turma era muito lindinha, todos. Mas nem posso saber quem é vc. Nem te conheço hoje!
Flavio,que maldade..rsrs...bons tempos que nao voltam mais...
Só vejo Campinas de longe, passo pela Bandeirantes, quando vou pra Catanduva.... tô fora!!! poxa, o que dizer de uma cidade cujo maior estádio se chama Brinco de Ouro da Princesa? com lotação de 80 mil pessoas - 40 mil sentados e 40 mil no colo????
Flávio, depois desse tempo do caso passado, da até pra rir, mas... convenhamos; coitado do Gustavo!
Você, com certeza é o primeiro da direita.
Bjs.
Cara, a do cadarço no saco foi de doer heim? Eita.
Bom, seria voce o segunda da esquerda para direita?
Abração broder, bom final de semana
Dá uma felicidade lembrar as histórias que se viveu, né?!! Morri de rir e fiquei imaginando o pobre do Gustavo!! Beijinhos!
Cláudio, pior que éramos... em ponto menor, claro! Qt ao quiz, valeu o chute... espere o upgrade! :) Abração
Magui, vc tem razão! Nem todo mundo viu a minha foto, né? Vou consertar isso no upgrade! ;)Tks
Cilene, bons tempos, mesmo... deveriam voltar, né? Muito mais pureza, menos malícia... :)
Serbon, essa do estádio é boa. Lembra daquela de que não se podia fazer leilão? Qd o cara perguntava "Quem dá mais?", nunca conseguia bater o martelo! :)
Olhos doces, até hj minha consciencia dói... de vez em quando! :) Espere o upgrade, pra saber a resposta do quiz, viu? ;) Bjs, bom feriado
Júnior, a do cadarço era a minha predileta! :) Qt ao quiz, bom chute... o upgrade vem aí! :) Abração
Enoísa, por falar em felicidade ao lembrar o que se viveu... como foi a festa? :) Bom ter vc de volta, viu? Parabéns e bjs! :)
Flávio, como vcs eram malvados...rssss.
Coitado do Gustavo que tinha hemorróidas...como deve ter doído...vixe!!!
Vou chutar no terceito da esquerda para a direita.
Bjos.
Flavio, outro indício suspeito:
Campinas é conhecida como a cidade das andorinhas...
ahahahahahahahahahah pqp isso que eu chamo de maldade medonha
e a proposito vc deve ser o 3º da esquerda pra direita com aquelas mãos de gazela kkkkkkk
(desculpe cara não resisti)
Vera, realmente deve ter doído um bocado. Como eu disse... hj, me arrependo. Qt ao chute... o upgrade vem aí! :) Bjs
Serbon, pois é... andorinha voa. E pousa onde, mesmo? ;)
Esquenta não, Ricardo... mesmo pq não sou eu! :) Em breve, vem o upgrade com a solução. ;)
Clarinha, depois digo quem era eu... continuem tentando! Qt a ser santinho... só vim ficar depois de velho! ;) Bjs
Nossa senhora, imagino o "fogo" que o tal de Gustavo não ficou! Esse ficou pior que o encurralado e o documentado hehehe
Bom, pelo visto vc é natural de Salvador, então apostando que vc tem o sangue bem baiano e tb a descencia pura, acho que vc é o sexto da esquerda para a direita o mais moreno, cor bem normal por essas bandas hehehe
bjs
Eu não escolhi o mais feio, escolhi o que tem cara de Bad Boy :)
Flávio quem disse que eu conheci o presidente do Fan Clube da Banda Calypso? :)
Já estive na EsPCEx, visitando meu irmão, deixo bem claro. Jamais seria militar. Hoje ele é oficial e está muito bem, obrigado. Ainda no tempo dele, lembro que fomos até a livraria comprar material escolar e a atendente, uma menina fantástica, deu maior bola pra ele só porque viu ele de farda de passeio. É o poder da farda!
Abraços.
DB.
Cá estou para apostar no 4º da direita pra esquerda.
Ps: essa história de fiofó em Campinas pega mal, velho.
DB.
Márcia, vc quer dizer que o meu amigo Serbon é bad boy? Caramba, eu nunca imaginaria isso! ;) Qt ao presidente, eu adivinhei... com uma pequena ajuda do Namastê! :)
Xará, sou natural do RJ, mas baiano por adoção e coração. A resposta tá vindo aí... aguardem! ;) Bjs
DB, quer dizer ainda continua assim, é? Eram muito boas... digo, era ótima essa simpatia das meninas! ;) A resposta do quiz vem aí e, no mais, devo admitir que vc tá coberto de razão: pega mal, mesmo. Eu só contei a história pq o fiofó não foi o meu! ;)
Isso é intriga da Marcia! hoje sou um quarentão comportado!!!!
:P
Serbon, essa desculpa da idade eu já usei! ;)
Que sacanagem Flávio!!!! Hahahahaha E o comentário do Serbon é bastante pertinente...
Marconi, eu tinha certeza que vc ia gostar dessa história! Afinal, como no ditado: "Pimenta no rabo dos outros é refresco!". ;)
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