UMA HISTÓRIA MEIO SUJA...
Como eu não ando querendo pensar em nada sério, aqui vai mais um causo dos meus tempos de funcionário do BB, no interior baiano.
O Roberto era um colega brincalhão, amável gente boa. Mas sofria de uma prisão de ventre, crônica e brava; só de vez em quando, com muita dificuldade, conseguia aliviar as tripas. Lembro-me de uma vez em que ele me dava uma carona (de fusca), entrou apressadamente na rua principal e um caminhão enorme buzinou forte, bem atrás da gente. Ele falou:
- Oba! Vou comprar a buzina!
- Pra que, cara?
- Beleza! Me caguei todo! E isso é raro...
Era brincadeira, claro, mas isso dá uma boa idéia do problema. Segundo ele, a vontade só vinha uma vez por semana, em média. E era preciso muita concentração, pra conseguir concluir a obra; qualquer zoadinha, qualquer coisa que o distraísse, podia botar tudo a perder. E aí era preciso esperar mais uma semana. Mas, quando ele conseguia... bem, aí era uma festa!
E a nossa história ainda tem o Venâncio, que era o servente do Banco. Humilde, dono de um sorriso muito aberto e uma amabilidade incrível. Era aquele cara que, se encontrasse você vinte vezes no dia, lhe cumprimentava nas vinte:”Bom dia, seu fulano. Tudo bem, seu fulano?”. Incrível, mesmo!
Naquele tempo, tinha sido inaugurada uma nova agência. Bonita, grande, com dois andares. E um sábado, de manhã, o Roberto estava na feira, fazendo as compras, quando sentiu a sonhada vontade. Bem forte. Pensou em correr para casa, mas desistiu; estava com visitas, muito barulho. Não teria a concentração necessária.
Foi aí que se lembrou: estava com a chave da agência. Sábado, banco fechado, ninguém por lá. Solidão total, sossego completo. E correu para o banco, antegozando a cagada do século.
Entrou, foi para o segundo andar, inspecionou rapidamente o WC e se decidiu pelo terceiro cubículo: estava limpinho, tinha papel, tudo tranqüilo. Arriou as calças, sentou e se concentrou. Estava quase conseguindo, quando:
- Bom dia, seu Roberto!
Pronto: o obrador trancou. Os cubículos eram naquele estilo de shopping, meia-parede; e, quando o Roberto olhou para cima, lá estava o Venâncio, trepado na escada de ferro que levava para o teto da agência, onde ia lavar os tanques. E repetiu, aquele sorrisão no rosto:
- Bom dia, seu Roberto! Tudo bem, seu Roberto?
Abafou o palavrão e a raiva; respondeu e viu o Venâncio acabar de subir e desaparecer pela portinhola da laje. Em condições normais, teria desistido e ido embora; mas, naquele dia, a vontade era tanta que resolveu insistir.
Procurou relaxar, voltou a se concentrar e, aos poucos, foi conseguindo. Demorou, mas um sorriso satisfeito lhe iluminou o rosto, quando a primeira e sofrida remessa começava a sair para a luz do dia. E então:
- Bom dia, seu Roberto! Tudo bem, seu Roberto?
Era o Venâncio, descendo a escada, de volta da lavagem dos tanques. Daquela vez, travou tudo. E só dez dias depois o Roberto conseguiu destravar.
Ele dizia que, toda vez que sentava no vaso, via a cara do Venâncio...
53 Comments:
Todo bancário é neurótico assim? Meu velho também foi do BB.
Um abração.
DB.
rsrshehehe..acho que vou comprar essa buzina...rsts
hehehe, caraca!!!! que Venâncio fdp, credo!
Tadinho do Seu Roberto,rsss
Suas histórias são hilárias meu querido, faz o trabalho paracer uma festa...
linda noite
beijosssssssssss
Nem todos, DB... só a esmagadora maioria! :) E o pior é que a gente sai e leva as neuras! ;) Abração
Cilene, aí na Noruega... acho que ela serviria até pra nevoeiro! :)
Clarinha, pior que são todas verdadeiras. Mas naquele tempo, no BB, a gente se divertia muito mesmo! Principalmente no interior... :) Bjs
ahahahahahahahahahahahahaha estou me cagando de rir...
Eu eu to quase me cagando de rir aqui, e olha que isso é raro. ahahahaa
Abração irmão
Hoje não deu tempo de ler o "causo", mas volto pra conferir, ta, querido?
Beijo.
Ricardo, pois é... esse processo (o da risada,)o Roberto não tentou! :)
Júnior, raro? Não vai me dizer que vc tb sofre que nem o Roberto! ;) Abraço grande, mano!
Clara, volta mesmo... esse vale a pena! :) Bjs
Flávio, na verdade uma boa prisão de ventre é algo meio chato. Eu sei,porque tenho de vez em quando. Mas a história é ótima! rsrs
Histórias não escritas do BB !!!!!
Caramba! Que resgate sensacional!!!!
Continue, por favor! Vamos lembrar do tempo em que o BB era feito por gente!!!! Um tempo em que máquinas apenas complementavam o trabalho...
Velhos tempos...belos dias!!!!!
A-do-rei !!!!!!!!!!!!!!!!
Beijins
Muuuuuuuito boa a história... ahhaha, fiquei com dó do coitado do Roberto... ^^
Vim aqui por indicação da Anne, gostei mesmo, vou voltar mais vezes!!!
Abraços!
Flavio: suas histórias são hilárias! rs Acho que você deveria escrever um livro.
beijos querido, bom dia!
Adorei. E olha a coincidência: vc fala de cagada e eu ublico um post sobre papel higiênico contra hemorróidas.
Passa lá no JCF e confere.
abração
eu prometo que volto pra comentar quando eu conseguir parar de rir...
auahauahuahauaha
bjus
Ahhhhh, demorô...acho q todos temos um Venâncio na vida, pra ficar pensando...justo nakela horinha fdm...rs...
agrhhhhhhhh
ecaaaaaaaa
econaaaaaaaa
Vc é d+ necis causu
Não diri q tô q nem o Ricardo... mas chegou perto....rs...
Afe....rs...
Beijossssssssss
Eu matava esse Venâncio!! kkkkkk
Beijus
Que situação!!! Parece-me que o BB foi cenário rico em histórias cômicas. Vou ficar esperando o lançamento desse livro, mas é bom se certificar de quem ainda permanece por aqui, pois vc pode correr risco de vida por fazer tantas revelações.Bjs.
Júnior, desse mal eu fui poupado! Mas foi graças a ele que nasceu essa história. ;)
Lourdinha, eu sei umas 300 desse tipo. Se o BB patrocinar, eu escrevo! Vc, que era graúda no marketing... ative seus contatos. :) Eu topo... e vale a pena. Eram tempos realmente muito bons! :) Bjs
Gabriel, obrigado. Bom saber que vc gostou! Pelo jeito, só o Roberto que não ficou muito satisfeito... :) Abração
Tina, querida, já escrevi 5... e ainda não arranjei coragem pra publicar o quinto! :) Mas brigado pela força, viu? Bjs, Bom resto de semana!
Cláudio, vou lá conferir, sim. Não perco os causos do JCF! :) Abraço grande
Ammie, volta mesmo... mas essa risadona já me deixou feliz! :)Bjs
Jess, é engraçada mesmo essa história,não é? Eu ainda rio, quando me lembro do Roberto contando esse lance! :) Bjs
Luma, que dá vontade... dá mesmo! Quem já se viu numa situação desas, bem pode calcular! :) Bjs
Rita, o BB daquele tempo era realmente o máximo! Uma mentalidade de amigos, de colegas... acredito que vc ainda lembre da convivência, embora vagamente. Qt à minha segurança... eu conto o milagre, mas não dou o nome completo do santo! ;) Bjs
Flávio eu confesso que também não posso ter um "venâncio" na minha vida, hahahaha
Eu ja contei um causo parecido, lá no blog, mas não lembro quando. Se eu achar eu te mostro :)
Bjs
Flavio, assim não vale.
muito boa essa série 'causos do BB", pena que foi depois que fechei a enquete!!!
seria legal uma sitcom só com essas histórias...
e me fez lembrar o "Complexo de Portnoy", do Philip Roth. o pai do protagonista é judeu, e sofria de prisão de ventre. o velho entrava no banheiro, ficava a manhã toda. se entupia de ameixas e bebia laxantes e... saíam míseras badalhocas. o livro é ótimo.
Bem, Márcia... então vc pode entender o drama do Roberto, né? ;) E se achar sua postagem, mande, sim. Vc contando um lance desses... deve ser o máximo! ;)
Serbon, esquenta não... a tua seleção pra enquete só tinha feras! Qt ao site próprio, é uma boa ideia, sim! E o livro... já li! É muito bom, concordo! :)
Não é igual, mas é parecido :)
http://hajimemashite.blogspot.com/2005_10_01_hajimemashite_archive.html
é do dia 14/10
Márcia, já li!:) Mas se o Roberto, além desse problema, ainda tivesse hemorróidas... vixi Maria! ;)
hahahahahahh
pobrezinho!!!!
não tinha lactopurga naquele tempo não? ou o tal iogurte "activia" se não me engano é esse o nome.... hahahahaha
beijoooooooo
Anne: lactopurga não tinha, não. O mais usado era o Leite de Magnésia. Mas, segundo o Roberto, nele não fazia nem cócegas! :) Bjs
Rapaz, eu é que quase me obro todo aqui de rir! Muito engraçado.
Marconi, essa foi de doer! Literalmente... ;)
Flávio, coitado do Roberto. Não tenho o problema mas conheço pessoas que tem e é triste. Agora, vamos combinar que o Venâncio é uma mala sem alça.
Bjos.
Meu, isso era um banco mesmo? hahaahhah Tem de um tudo lá! hehhe Brincadeira, meu irmão foi bancário por muitos anos e ele sempre tinha histórias engraçadas mesmo! um dia conto alguma!
Boas risadas como sempre!
Bom finde! =D
Flavio, me conta uma coisa - se o tal Roberto ficava 10, 15 dias, entupido, imagina trabalhar ao lado do cabra? porque ele devia trabalhar cheio de gás, né?pelo menos até a sessão de descarrego...
bleargh!
rs... tadinho do seu Roberto...heheheheheh
Beijo,querido.
Vera, com certeza! O Venâncio era aquele cara tão delicado que chega a ser chato! :) Bjs
Chris, pode acreditar! Mas o negócio, tb, é que em cidade pequena se sabe a vida de todo mundo, né? :) Bjs, bom fds
Serbon, agora que vc perguntou, eu fui pensar... e não me lembro que alguém do Banco tenha comentado. Acho que o pessoal dele sofria era em casa, mesmo! :)
Clara, tadinho mesmo. Mas pelo menos o lance fez a gente rir, né? :) Bjs
fala sério, seria melhor ele comprar umlaxante ir a um médico, ficar sofrendo não dá heheh um baraço e pô o cara tinha que dar bom dia toda hora?
Mago, o Venâncio tinha mesmo essa mania... e era um saco! ;)
rsrsrsrs Coitado do Roberto! Será que ele continua vendo o seu Venâncio?? rsrsr Bjs!
Enoísa, andei adoentado e só hj vi o seu comentário. Par ao bem do Roberto, esperemos que não, né? ;) Bjs
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