MONTADO NA BALA
O título é de um filme que assisti recentemente; se não me engano, baseado em um livro do Stephen King.
Resolvi usá-lo, porque tem a ver com o post anterior. Eu já sabia que o assunto seria polêmico; só não esperava uma discordância tão veemente. Sinto-me, portanto, montado na bala.
Mas continuo a achar que cada um tem direito a ter (e expressar) a própria opinião; este me parece um dos mais elementares direitos humanos. Se as opiniões são discordantes, vamos debatê-las como sempre fazemos, educada e argumentativamente, sem adjetivar a tese alheia; este sempre foi o objetivo do blog. Da discussão nasce a luz, não apenas dos postes da COELBA.
Volto ao assunto anterior, para esclarecer alguns pontos. O primeiro, é que não advogo a pena de morte; não acho que seja a “solução final”. Essa expressão, aliás, foi cunhada por Hitler, para o cruel e absurdo genocídio dos judeus; marcou um dos maiores erros do terceiro reich. Nunca foi “solução” e muito menos “final”, como bem estão vendo palestinos e libaneses.
Sei, também, das deficiências do nosso judiciário. Assim, jamais me atreveria a sugerir a pena de morte para aplicação corriqueira em nosso país; correríamos o risco de ver executado o pobre que roubou uma galinha, enquanto Marcolas e Fernandinhos continuariam a usar celulares em suas celas superequipadas.
Há casos, entretanto, em que para mim esta pena se justifica. Foi um crime hediondo? A culpa está provada, sem qualquer sombra de dúvida? O que devemos fazer, então? Alimentar e vestir essa besta humana, à custa dos nossos impostos, até que saia da prisão e volte a matar novamente? Viver com medo de que possa fugir, em qualquer dia? É isto?
Li, não lembro onde, que a manutenção de um presidiário custa ao Estado mais de mil reais ao mês. É grana que dá para manter algumas crianças na escola... e assim impedir que surjam outros tantos criminosos. A relação custo/benefício me parece acima de qualquer comparação.
Acho que estamos enveredando por um caminho perigoso, em que apenas se advoga os direitos humanos dos criminosos. E a conseqüência é que a sociedade está abdicando dos seus direitos mais simples, como o de ir e vir, ou até o de viver sem medo. Isto ficou provado recentemente, em São Paulo.
Executar uma besta humana, um criminoso comprovadamente cruel e irrecuperável, não é um ato de vingança, mas de legítima defesa; defesa de todos nós, de nossos filhos. Quem seria a vítima de amanhã?
Argumenta o Paulinho que deveríamos, primeiro, usar as leis de que dispomos; claro, devemos usá-las. Mas, honestamente, não vejo porque não poderíamos complementá-las, se até agora se revelaram insuficientes para proteger a sociedade.
Diz-me o Serbon que a pena de morte não reduz a criminalidade; e o Serbon é um cara bem informado, merece todo crédito. Mesmo assim, tenho minhas dúvidas: nos países árabes, a criminalidade é bem menor, e a pena por lá é dura! Será que não tem nada a ver?
De toda forma, aqui apresento 3 motivos para a execução de um criminoso cruel, comprovado e irrecuperável: 1) garantia de segurança da comunidade; 2) economia mensal, que poderia ser revertida para evitar o surgimento de novos bandidos; 3) educação pelo medo, desestimulando outros de praticar crime semelhante.Agora, eu gostaria que alguém me apontasse UM único motivo válido, para bancar a sobrevivência de uma fera com aparência humana. Mas, por favor, fala sério: eu disse motivo válido; não me venham falar vagamente em “direitos humanos”.
Porque, de tanto defender os deles, estamos ficando sem os nossos!
10 Comments:
Flávio entendo perfeitamente seu ponto de vista. Ao longo desses anos vimos a nossa Constituição ser desrespeitada e as Leis modificadas, no intuito de aliviar penas e evitar que marginais fiquem reclusos nas cadeias. Tais fatos têm aumentado demais a criminalidade. O crime organizado está cada vez mais, provando que detém o poder. A polícia sendo desafiada e afrontada, dentro dos quartéis. Os crimes hediondos cada vez mais desfazendo famílias. Onde vamos parar? Sei que é preciso alguma medida que contenha o avanço da violência.
Flávio de certa forma eu também concordo com a opinião do Serbon de que a pena de morte talvez não diminuisse a criminalidade mas em contra partida acho que a sociedade poderia cortar o mal pela raiz, adotando ela em caso absurdos como muitos que existem por aí. E claro isso também deveria valer para Marcola e afins. Pra que ficar alimentando um mostro né?
Anônimo, o quadro é esse. Estamos, praticamente, em guerra. Pior, estamos perdendo essa guerra... e para nós mesmos! :(
Márcia, uma parte de mim também concorda com o Serbon. Mas acho que você captou perfeitamente o espírito da coisa. É isso aí! Pra que gastar alimentando uma fera, se podemos educar uma criança?
um motivo:
para o assassino de um crime hediondo, a morte para ele é uma bênção.
morreu, acabou.
ele pagaria o crime se ficasse enjaulado, privado de tudo, até o fim da vida.
Serbon, esse é um motivo inteligente; ou seria, se funcionasse. :) Mas, mano, aqui no Brasil ninguém pode ficar preso mais de 30 anos; isto, sem falar em liberdade condicional, regime semi-aberto, fugas, etc. e tal...
Flávio, o paralelo feito com a vida de Hitler versus a vida de sete milhões de judeus me parece reducionista ao extremo. Não seriam mortos sete milhões de judeus se não houvesse a conivência do povo alemão, por motivos complexos prá caralho. Nem a morte de Hitler impediria esse genocídio.
Progons, pogrons, sei lá qual é o nome disso (sair todo mundo na rua matando e espancando judeus) era uma brincadeira que existia na Europa desde a Idade Média. Recomendo que vc. leia um lindo conto do Isaac Babel, acho que chamado "As aves de meu pombal". O buraco é mais embaixo.
Quanto à pena de morte, eu não quero saber se vão matar, prender ou espancar (sim, o castigo físico existe em algusn países, de forma disciplinada e eficiente - e é algo às vezes mais humanitário que a prisão e suas condições sub-humanas - com ou sem hífem, já não lembro mais). Quero é que bandido seja preso e punido. É uma questão de mudança legislativa, também, mas é primordialmente uma questão de eficácia adminstrativa. O problema é gerencial.
Mas para apimentar a discussão, lembro de uma notícia que li há algum tempo, sobre algo que podemos chamar de pena de morte preventiva: a legalização do aborto em vários estados dos EUA implicou drástica redução da criminalidade vinte anos após sua aprovação.
K.Mello, excelentes as suas observações! Inclusive, reconheço que não se pode atribuir ao Hitler toral e exclusiva responsabilidade pelo genocídio judeu; recorri ao exagero, apenas para fazer notar que os direitos humanos devem sempre privilegiar a maioria, que sem eles ficaria indefesa, entende? :)
Vou procurar o conto que vc falou. E qt à redução da criminalidade com a legalização do aborto, tem lógica: nasceram menos filhos indesejados, que tudo teriam para tornar-se criminosos.
Concordamos, também, que algo precisa ser feito, para restaurar a ordem e a segurança públicas e PUNIR drasticamente os criminosos. Como está, não pode ficar! Abração.
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