O SALVADOR DA PÁTRIA
Há alguns
(bons) anos, uma novela da Globo tinha como personagem Sassá Mutema, vivido por
Lima Duarte; um homem simplório, que era eleito como “salvador da pátria” e,
lógico, decepcionava a todos.
A novela
fez sucesso, claro! Era da Globo e tinha um tema interessante: nós,
brasileiros, temos a síndrome de encontrar o “salvador da pátria”. Acredito, mesmo,
que Cabral tenha sido visto assim, pelos índios; e todo mundo sabe no que deu.
Ao longo
da história, temos dado votações expressivas a “salvadores da pátria”. Apenas
para citar alguns: Jânio Quadros, Juscelino Kubitschek, Fernando Collor e, mais
recentemente, Lula. Aqui, também, todo mundo sabe no que deu.
O assunto
me volta à mente, quando vejo amigos que considero inteligentes e bem
informados, nas redes sociais, uns defendendo que Lula possa ser presidente e
outros elogiando Bolsonaro; tudo isso, como se não houvesse outros candidatos. É...
a síndrome do “salvador da pátria” ataca outra vez!
Sobre
Lula, nada mais a comentar; acho que o assunto já está esgotado e não vejo como
um preso possa ser presidente, ou como o PT possa voltar agora ao poder, depois
de tantas revelações e tantos escândalos.
Já sobre
Bolsonaro, a história é um pouco diferente. O cara nunca fez nada de positivo
pelo País, mas é um fenômeno de mídia, principalmente de redes sociais; acho
que constitui um perigo real. E digo “perigo”, porque é verdade que estamos no
fundo do poço, mas isso não é razão pra afundar ainda mais.
E é o que
pode acontecer, se Bolsonaro for eleito. Aliás, acho que o melhor apelido para
ele é o que seus seguidores criaram: Bolsomito. Porque um mito é uma mentira,
algo que não existe; e essa figura que eles vendem pelas redes sociais é exatamente
isso: um mito.
Dizem que
ele é o único que tem coragem de “peitar” as coisas erradas. E eu pergunto: o
que, exatamente? A única coisa que tenho visto Bolsonaro “peitar” são minorias
desprotegidas: as mulheres, os gays, os negros... e por aí vai. Para isso, não
é preciso muita coragem; basta falta de respeito pelo ser humano.
Mudarei
de ideia, se alguém me mostrar algo de positivo que Bolsonaro já fez pelo País
ou pelo povo; alguma medida concreta para combater a corrupção, para melhorar a
qualidade de vida. Algo além de fazer apologia das armas e do machismo, ofender
mulheres e gays e posar de “salvador da pátria”.
Este é o
ponto. Por que precisamos polarizar entre Lula e Bolsonaro, se temos outros
candidatos? A verdade é que temos um sistema político estabelecido e ninguém
vai conseguir ser um “salvador da pátria”; o novo presidente vai precisar de
habilidade e conhecimento político, não de arrogância e jogo de cena.
Talvez
seja hora de aprendermos com os erros do passado. Em vez de buscar um “salvador
da pátria”, vamos escolher um candidato sensato, comedido; que não seja um “milagreiro”,
mas procure fazer as coisas naturalmente, sabendo que nenhuma nação muda da
noite para o dia. As mudanças precisam ser graduais e bem fundamentadas, ou não
se sustentam. Veja o caso do PT.
Acho que
chega de “salvadores da pátria”; precisamos é escolher o candidato certo.
Assim, com o tempo, talvez tenhamos um Brasil diferente.
Pessoalmente,
estou avaliando o Álvaro Dias.
2 Comments:
Sabemos que ele nada fez. Mas ainda é o que tem ficha limpa. Além do mais, precisamos mudar e a melhor opção ainda é ele. Eu vou votar nele. Sabemos que não existem esses tais salvadores, mas, se me disserem qual dos presidentes militar, roubou o país, dou a mão a palmatória. O tempo deles, o país mais cresceu.
Beijos
É o que tem ficha limpa... se você só considerar ele e Lula. Mas é como eu disse: por que polarizar apenas entre os dois? :) São muitos candidatos, e nada me consta contra, por exemplo, a Marina e o Álvaro Dias. Examinemos com calma, porque mais um Sassá Mutema vai ser de doer. Em grande parte, eu creio, foi por querer mudanças que os alemães elegeram Hitler... e a gente sabe o resultado. Eu, sinceramente, estou avaliando todos. :) Obrigado, bom resto de semana.
Postar um comentário
<< Home