MORÔ NA FILOSOFIA?
No post passado,
comentei a síndrome do “Salvador da Pátria”, típica dos brasileiros.
Gostaria de dizer que
estava errado, mas a verdade é que vi o País se dividir entre os dois “Salvadores”.
Eu, como não tenho simpatia por ideologias ou partidos, fiquei na minha. Adotei
como lema #Ele não. Nem o outro.
Para mim, qualquer um
que prometa salvar o Brasil através da política, está praticando demagogia
barata. Acredito que este País só pode encontrar salvação através da educação,
que é o caminho para a cidadania. Só a cidadania pode salvar uma nação
Mas, como eu dizia,
assisti de camarote à troca de farpas (melhor dizendo, de lanças e pedras)
entre os dois lados; contemplei a batalha dos dois exércitos, com um interesse
puramente acadêmico. E, confesso, foi muito instrutivo.
Você já experimentou
assistir uma filmagem de festa de Carnaval, sem o som? Parece um bando de
loucos, pulando à toa, não é? Pois acredite: é isso que acontece quando você,
sem ideologia ou partido, assiste a uma disputa como essa. É difícil entender porque
as pessoas se comportam daquela forma.
Só que essa disputa
fez vítimas. Vi amigos ofendendo amigos, casais discutindo, parentes se
tornando inimigos. Não apenas nas redes sociais, que foram o maior campo de
batalha, mas também na vida real. Tudo isso, em nome da democracia (que
consiste em repeitar a opinião do outro), ou da sinceridade; como se, para ser
sincero, fosse preciso ser grosseiro.
Claro, também apanhei algumas sobras; acho que, para ambos os lados, era difícil entender a minha neutralidade. Na realidade, a explicação é muito simples: sempre acreditei que estaríamos lascados, ganhasse quem ganhasse; como, aliás, continuo achando.
Claro, também apanhei algumas sobras; acho que, para ambos os lados, era difícil entender a minha neutralidade. Na realidade, a explicação é muito simples: sempre acreditei que estaríamos lascados, ganhasse quem ganhasse; como, aliás, continuo achando.
O pior é que a
eleição passou; mas a batalha continua. E, assim, estaremos mais lascados
ainda. Mas isso é assunto para outro post, mais em frente, quando começarmos a
ver os resultados da nova administração.
O que quero comentar,
hoje, é a indicação de Sérgio Moro para Ministro da Justiça; sem dúvida, mais
uma cartada esperta de Bolsonaro, populista emérito e eficiente; assim, ele
atrai para seu governo alguém que tem sido citado, inúmeras vezes, como um ícone
da Justiça e do Direito.
Cabe, entretanto, a
pergunta: será bom para Moro, que declarou, em 2016, que não tinha interesse em
cargos políticos? Em qualquer análise lógica, a aceitação do cargo lança a sombra da dúvida sobre as suas pegadas, até aqui brilhantes.
A suspeita é
inevitável: será que ele, ao prender e tirar do campo eleitoral o ex-presidente
Lula, no mínimo um adversário temível, se baseou na Justiça ou nos próprios
interesses? Será que ele seguiu as provas, ou as orientações que recebeu, em
busca de futuros ganhos?
Nunca é demais
lembrar que, na Itália, a Operação Mãos Limpas, na qual se espelhou a Lava
Jato, baniu a corrupção da época. E fez nascer uma nova safra de corruptos, mais
temíveis e prejudiciais porque mais espertos. Foi um upgrade, que fez nascer
uma corrupção 2.0.
Não sabemos qual é a
verdade; só o tempo nos mostrará. Pessoalmente, torço para que o País se una e
o novo governo dê certo; até porque vivo aqui e o que for ruim para o Brasil
será ruim para os brasileiros. Peço a Deus que o novo Presidente faça o melhor
governo de todos os tempos, para que todos possamos viver melhor.
Mas repito: foi uma
escolha muito boa para Bolsonaro. Para Moro, sinceramente, não sei. Vamos
esperar que ele tenha um excelente desempenho, para que não se mostre um ídolo
com pés de barro e, de ícone da Justiça, não se transforme em símbolo de
corrupção.
Morô na filosofia?
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home