8.28.2007

SERÁ QUE VAI ROLAR?

Além dos novos compromissos de trabalho, uma gripe braba, com direito a febre e dor de garganta, me impediu de atualizar o Opiniaum, no fim de semana passado. E, pior ainda, de visitar os blogs dos amigos.

Mas vou aproveitar que ainda estou com febre e colocar aqui um assunto polêmico e aparentemente delirante: quem acredita em uma aliança entre o PT e o PSDB, para as próximas eleições presidenciais?

Parece loucura, não é? Mas comecei a pensar um pouco no assunto e é sobre esse lance que eu colocaria as minhas fichas. Querem saber por quê?

O Lula não pode ser reeleito de novo e o PT não tem mais ninguém pra lançar; os maiores nomes do partido já foram engolidos pela crise do mensalão e suas derivadas. Quem sobrou? A Marta Suplicy tá mais queimada do que sueco sem roupa, no meio dia da África, e o Mercadante não ganhou nem do Serra, para o estado de São Paulo; e olhe que o Serra é ruim de voto!

Alguém pode me dizer quem seria um eventual candidato do PT, com chances de ganhar? Ou entre os partidos que são atualmente seus aliados?

Pelo lado do PSDB, a situação não é muito melhor. Serra e Alckmin já gastaram as suas fichas e são cavalos cansados para um novo páreo; FHC também já se desgastou um bocado e provavelmente não teria fôlego para nova corrida. Nem o Tasso Jereissati, pelo menos no momento atual.

Sobra, portanto, o Aécio Neves; é um nome provável. Mas muito restrito a Minas Gerais, sem cacife para o resto do país. Entretanto, o apoio do Lula poderia lhe dar esse apoio, principalmente no Nordeste, onde o Bolsa Esmola, perdão, Família, continua a ser uma poderosa máquina de comprar votos; catapultaria o Aécio, para um possível mandato.

Sabemos que o PT é capaz de tudo, para ficar no poder; o mensalão e outras maracutaias bem o demonstram. Por outro lado, os tucanos são famosos pelo mesmo motivo e mestres em ficar em cima do muro, mesmo que para isso precisem engolir alguns sapos; barbudos, inclusive.

Portanto, vejo essa aliança como bem possível; pelo menos, se o quadro atual se mantiver. Lógico, ainda temos muito tempo pela frente e muita água pra correr debaixo da ponte; ainda é muito cedo para qualquer previsão efetiva. Mas quero ser o primeiro a cantar a pedra; se eu estiver certo, vou lembrar isso a vocês, na época das eleições, e dizer que sou um retado.

Se eu estiver errado? Bem, sempre posso dizer que foi culpa da febre...

8.17.2007

RESPEITO É BOM E EU GOSTO


Este faz parte da blogagem coletiva “Eu exijo Ordem e Progresso”.

O honroso convite veio da Veridiana; depois, encontrei o banner nos blogs da Luma e do Ricardo. Ando num tremendo sufoco, mas não posso deixar de atender aos amigos; assim, vou direto ao assunto.

Para ser sincero, eu não exijo do Lula ordem e progresso. Sem nenhum ranço elitista, apenas reconhecendo a óbvia diferença de qualificações entre ele e, por exemplo, o Fernando Henrique, acho que seria injusto exigir de um torneiro mecânico algo que os seus antecessores não foram capazes de nos proporcionar.

Aliás, acho mesmo que a frase “Ordem e Progresso” não é o lema do país, mas um pedido desesperado de algo que até hoje não conhecemos, senão parcialmente, e mesmo assim a custos altíssimos.

Progresso, acreditamos ter no governo JK; e pagamos a salgada conta, nos juros da dívida externa. Ordem, tivemos alguma nos governos militares; ao custo que todos sabemos, em termos de vidas e liberdade.

Hoje, vivemos em um tempo no qual deputados recebem mensalão, superfaturam ambulâncias e dançam em plenário, comemorando a impunidade; em que os mais elevados assessores do governo caem, por denúncias de corrupção, e o Presidente diz que não sabia de nada.

Um tempo em que até o nome do Banco do Brasil é arrastado na lama das mutretas; em que publicitários ganham fortunas, corrompendo pessoas em nome do governo; em que prostitutas são pagas por dinheiro público, para transar com pessoas que deveriam defendê-lo.

Um tempo em que um senador sustenta a amante com dinheiro de propina... e ainda consegue manter-se no cargo de Presidente do Congresso; em que o crime organizado ganha as ruas e nos faz reféns em nossas próprias casas; em que, por incompetência ou descaso de órgãos públicos, aviões causam transtornos incríveis, ou matam pessoas que deveriam transportar.

Por tudo isto, repito, acho que seria injusto exigir do Lula e, até mesmo dos demais políticos, ordem e progresso; eles não sabem como nos dar essas coisas e talvez nós nem soubéssemos o que fazer com elas, como alguém acostumado a comer capim não saberia o que fazer com um lauto banquete.

Entretanto, acho que algo temos o direito de exigir, sim. E foi a esperança de recebê-lo que levou o povo a eleger o PT; paradoxalmente, aliás, porque nunca esse artigo foi tão raro em nosso país.

Dos políticos, eu exijo respeito. E nada mais. É tudo que precisamos deles.

Até porque, se o tivermos, Ordem e Progresso serão meras conseqüências...

8.11.2007

O CHEIRO DO CAFÉ


UPGRADE, EM 20/08: OBRIGADO, JOSSE!

Recebi, da Josse, estes belos presentes, que faço questão de agradecer. Como sabem, sou egoísta: não passo à frente os selos que recebo dos amigos. Prefiro guardá-los, cuidadosamente, em meu coração: os selos e os amigos.

Dividam comigo, portanto, estes mimos, que agradeço de coração. E aqueles que, porventura, ainda não conheçam o blog da Josse, aproveitem o link . Acreditem em mim: vale a pena!
Éramos quatro irmãos. Todo ano, no Dia dos Pais, minha mãe se levantava antes de todos, na casa.

Coava o café e ia nos acordar; pequenos, dormíamos no mesmo quarto. Ela tirava os presentes “escondidos” no guarda-roupa, e dava um para cada um de nós; depois, nos levava para o quarto do casal e abria a porta.

Nunca soube se meu pai realmente dormia, ou apenas fingia dormir; a verdade é que jamais pensei nisso. Mas ele abria os olhos, sentava na cama e recebia os nossos presentes, um a um, entre abraços, beijos e “Feliz Dia dos Pais”.

Depois, era a abertura dos presentes: uma festa, toda a família sentada na cama de casal; os filhos tão surpresos como o homenageado, a cada prenda revelada. Beijos, abraços, brincadeiras... uma algazarra!

Acabada a farra, íamos tomar o café da manhã e vinham as atividades normais do domingo. Mas era um dia diferente, um clima diferente; perdurava, em cada um de nós, uma gostosa sensação de carinho, de companhia... de família.

Meu pai já se foi, há alguns anos. Sinto saudade. Eu ainda me lembro bem daqueles dias, daquela sensação. E - curioso! – uma das lembranças mais fortes é aquele cheiro bom de café novinho, que parecia flutuar por toda a casa.

* * *

Meus três filhos mais velhos estão casados; têm as suas próprias vidas. Costumam vir me ver, ou pelo menos ligar, no Dia dos Pais. O mais novo ainda está em casa, mas, convenhamos... algum de vocês consegue imaginar, hoje em dia, um universitário de 20 anos seguindo todo esse cerimonial de Dia dos Pais?

Nós nos amamos, à nossa maneira. Sinto neles esse amor, e sei que eles o sentem em mim. Mas talvez eles, como eu, sintam falta, às vezes, dessa sensação mais próxima, mais presente, de companhia; de família. Ao menos, em determinados dias.

Mudou o mundo. Mudamos nós. Mudaram os nossos filhos.

Mas – acreditem! - todos os anos, no Dia dos Pais, o cheiro daquele café ainda invade as minhas narinas...

Esta foto não é muito recente, mas é a melhor que encontrei com os "meninos". Tudo bem, eu sei que parecemos irmãos. Mas são meus filhos, podem acreditar. ;)

8.04.2007

DE MARAVILHAS E PRIORIDADES


Da Josse, veio o honroso convite para apontar quais seriam as minhas 7 maravilhas; as 7 coisas que considero mais importantes, na vida.

Vou tentar cumprir o desafio, com a sinceridade que a Josse e a amizade merecem. Hoje, fica assim a minha lista:

* PAZ. É a primeira. Sem ela, não dá para curtir nenhuma das outras.

* COMPREENSÃO. É dela que nasce a paz; uma não pode existir sem a outra.

* SONHOS. São eles que nos ajudam a colorir a realidade.

* AUTOCONHECIMENTO. A bússola para encontrar a si mesmo.

* PACIÊNCIA. É preciso entender que cada coisa só vem a seu tempo.

* LIBERDADE. Ninguém valoriza o que tem, se não fizer as próprias escolhas.

* CONFIANÇA. Porque o medo transforma a vida em um inferno.

São essas as minhas escolhas. Não de pessoas, atividades ou sentimentos; apenas das coisas que julgo mais necessárias. Abstratas, sim, mas determinantes em nossos caminhos.

O Amor? É importante, sim; complementa a nossa vida. Tempo houve em que seria a minha primeira opção e talvez até mesmo a única.

Mas a verdade é que o passar dos anos altera as nossas prioridades...